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    Voluntário francês na Ucrânia diz que testemunhou 'encenação em Bucha'

    Adrien Bocquet é um ex-oficial militar que serviu nas unidades do Exército francês

    (Foto: Reprodução)

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    Sputnik - Adrien Bocquet é um ex-oficial militar que serviu nas unidades do Exército francês. De volta à França após meses na Ucrânia, ele disse que testemunhou os preparativos para a encenação na cidade de Bucha, na região de Kiev, no fim de abril.

    Escritor francês e voluntário humanitário, Adrien Bocquet viajou para a Ucrânia duas vezes em abril, ambas em missões de ajuda humanitária, levando comida e medicamentos para a população.

    Após visitar a fronteira do país com a Polônia, ele esteve em Bucha, subúrbio da região de Kiev, onde relatou ter visto prisioneiros russos sendo torturados e mortos, além de combatentes ucranianos preparando o "palco" de uma armação para culpar a Rússia por promover massacres contra civis.

    O escritor alega ter testemunhado a tortura e o assassinato de prisioneiros de guerra russos em um hangar na parte norte de Bucha no início de abril, quando os militares ucranianos recuperaram o controle da cidade.

    "Quando falo de assassinato e tortura, falo do assassinato e tortura dos militares russos. Os oficiais foram os primeiros a ser executados. Ouvi gritos quando os "homens do [Batalhão] Azov" perguntaram quem era o oficial. Assim que receberam a resposta, eles imediatamente atiraram na cabeça daquela pessoa", comentou.

    Bocquet observou que ele frequentemente interagiu com as Forças Armadas ucranianas e, principalmente, com as tropas do Azov, que o chocaram com seu tratamento desumano de russos, judeus e pessoas de outras raças.

    "Tive que fingir muito para evitar mostrar minhas opiniões e emoções. Discordância com sua ideologia nazista, especialmente quando eles expressaram atitudes em relação aos judeus e pessoas de cor, porque eles fizeram declarações muito cruéis. E, antes de mais nada, estou falando de ódio contra os russos. Para todos esses soldados, para os membros do Batalhão Azov, a tarefa principal, como sempre me disseram, era torturar e matar 'cães russos'".

    "Quando entramos em Bucha de carro, eu estava no banco do passageiro. E enquanto dirigíamos pela cidade, vi corpos de pessoas nas laterais das ruas. Ao mesmo tempo, vi corpos de pessoas sendo retirados de caminhões e colocados ao lado dos corpos deitados no chão para dar o efeito de assassinatos em massa", disse Bocquet.

    Ele acrescentou que havia jornalistas nas proximidades que imediatamente começaram a filmar assim que pilhas de corpos foram montadas. Além disso, os voluntários foram impedidos de fazer fotos e vídeos.

    No início de abril, a Ucrânia e o Ocidente acusaram a Rússia de cometer atrocidades em Bucha. Moscou nega ter cometido crimes de guerra na região.

    O Ministério da Defesa russo afirmou, na época, que todas as fotografias e materiais de vídeo publicados pelo regime de Kiev, supostamente testemunhando os "crimes" dos militares russos, faziam parte de provocações.

    Durante o tempo em que a cidade esteve sob o controle das forças russas, nenhum morador sofreu ações violentas. O ministério enfatizou que todas as unidades deixaram Bucha completamente em 30 de março e que as saídas da cidade na direção norte não foram bloqueadas.

    Por outro lado, nos arredores do sul, incluindo áreas residenciais, tropas ucranianas fizeram disparos com artilharia de grande calibre.

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